REPRODUÇÃO ANIMAL: O CICLO ESTRAL DE BOVINOS LEITEIROS – Desenvolvimento Folicular, Corpo Lúteo e Etapas do Estro ANIMAL REPRODUCTION: THE OESTROUS CYCLE OF DAIRY BOVINES -Follicular Development, Corpus Luteum and Stages of Estrus Apoio: Emanuel Isaque Cordeiro da Silva Departamento de Zootecnia da UFRPE E-mail: [email protected] WhatsApp: (82)98143-8399 FISIOLOGIA CLÍNICA DO CICLO ESTRAL DE BOVINOS LEITEIROS 1. RESUMO A fêmea bovina apresenta ciclos estrais em intervalos de 19 a 23 dias e estes só são interrompidos durante a gestação ou devido (...) a alguma patologia. O estro é o período de aceitação da cópula e tem uma duração de 8 a 18 horas. Durante o metaestro ocorre a ovulação e se desenvolve o corpo lúteo. O diestro é o estágio mais longo do ciclo e é caracterizado pela presença de um corpo lúteo. Se a gestação não for estabelecida, o endométrio segrega prostaglandina F2α(PGF2α) o que induz a luteólise, reiniciando assim um novo ciclo. 2. EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIO As hormonas são substâncias produzidas por diferentes células do organismo que exercem funções específicas em outras células (células brancas). Algumas hormonas atuam na mesma célula que a secreta (atividade autocrina), outras nas células vizinhas (atividade parácrina) e outras são transportadas pelo sangue e exercem a sua função em células de outros órgãos (atividade endócrina). Existem outros tipos de hormônios que comunicam a diferentes indivíduos e são conhecidos como feromônios. Os feromônios regulam diferentes funções, entre as quais se destacam as reprodutivas. O hipotálamo encontra-se na base do cérebro, é formado por núcleos pares de neurônios e comunica-se com a hipófise através de um sistema circulatório especializado conhecido como sistema porta-hipotálamo-hipofisário. Os neurônios da área ventromedial e da área pré-óptica do hipotálamo secretam a hormona libertadora das gonadotropinas (GnRH), que por sua vez chega à hipófise através do sistema porta-hipotálamo-hipofisário e estimula a secreção da hormona luteinizante (LH) e da hormona folículo estimulante (FSH). A LH mantém um padrão de secreção paralelo à secreção da GnRH; ou seja, uma parcela de GnRH corresponde a uma parcela de LH, ao contrário da FSH que tem uma produção basal elevada inibida pelo estradiol e inibina, por este motivo, a sua secreção não apresenta um padrão pulsante semelhante à LH. A GnRH tem duas formas de secreção: a primeira é pulsante ou tônica, regulada por estímulos externos (fotoperíodo, bioestimulação, amamentação) e por estímulos internos (metabolitos, hormonas metabólicas, hormonas sexuais); a segunda forma é pré-ovulatória ou cíclica e é estimulada pelos estrogênios durante o estro e inibida pela progesterona. A secreção de alguns hormônios, bem como diversos processos fisiológicos, são sincronizados com a duração do dia e da noite (ritmos endógenos). A luz é percebida pelos fotorreceptores da retina e o sinal luminoso chega à glândula pineal através de conexões neuronais (trato retino-hipotalâmico). Na glândula pineal, o estímulo produzido pela luz inibe a síntese da melatonina. Desta forma, a duração do dia e da noite (fotoperíodo) é registada pelas variações nas concentrações da melatonina. Na vaca, sabe-se que o fotoperíodo influencia alguns processos reprodutivos, embora não seja, em sentido estrito, uma espécie com um padrão reprodutivo sazonal. Os feromônios sexuais são excretados através da urina, fezes e fluidos corporais; eles são percebidos pelo epitélio olfatório e órgão vomeronasal. Posteriormente, algumas vias nervosas, estimulam no hipotálamo a frequência dos pulsos de secreção da GnRH. A exposição a feromonas femininas provoca no macho um aumento na frequência de secreção do LH e isto por sua vez aumenta as concentrações de testosterona. Os feromônios masculinos induzem na fêmea um aumento da frequência de secreção do LH, estimulando o crescimento folicular e a secreção de estradiol. A estimulação sexual provocada pelo macho ou pela fêmea é denominada bioestimulação. As alterações na condição corporal estão positivamente correlacionadas com as concentrações séricas de insulina, fator de crescimento semelhante à insulina tipo I (IGF- I) e leptina. Assim, quanto maior a classificação da condição corporal, maior é a concentração sérica destas hormonas, que atuam como sinais que chegam ao hipotálamo e modificam a frequência de secreção da GnRH. Por exemplo, a transição do anestro para a ciclicidade coincide com um aumento da condição corporal e das concentrações de insulina, IGF- I e leptina (figura 1). Figura 1. A transição do anestro para a ciclicidade coincide com um aumento da condição corporal e das concentrações de insulina, IGF- I e leptina. Estas hormonas atuam como sinais que chegam ao hipotálamo e aumentam a frequência de secreção da GnRH. Fonte: GALINA, et al. 2008. Os estrogênios podem ter um feedback positivo ou negativo sobre a secreção da GnRH, o que depende da fase do ciclo reprodutivo. Em animais pré-púberes e em anestro pós-parto, os estrogênios inibem a secreção de GnRH, mas durante o período de proestro e estro há uma estimulação para a secreção de GnRH. A progesterona reduz a secreção da GnRH, bem como a resposta da hipófise à GnRH, inibindo assim a maturação folicular e a ovulação. Por esta razão, a progesterona foi utilizada com sucesso como contraceptivo em humanos e para o controle artificial da reprodução em animais domésticos (figura 2). Figura 2. Retroalimentação entre o hipotálamo, hipófise e o ovário. A GnRH estimula na hipófise a síntese e secreção de LH e FSH. Na fase pré-púbere e no anestro pós-parto, os estrogênios inibem a secreção de GnRH, enquanto no proestro e estro, estimulam-na. A progesterona inibe a secreção da GnRH e diminui a resposta da hipófise à GnRH. Os estrogênios e a inibina suprimem a secreção de FSH diretamente na hipófise. Fonte: GALINA, et al. 2008. Os neurônios secretores da GnRH não têm receptores para estrogênios nem progesterona, pelo que estas hormonas não têm forma de regular diretamente a secreção da GnRH. Existe um grupo de neurônios hipotalâmicos que exprimem o gene Kiss-1 que codifica o peptídeo kisspeptina. Os neurônios secretores da GnRH têm receptores para este peptídeo, de modo que a kisspeptina fornece a informação aos neurônios secretores da GnRH em relação às concentrações de hormônios sexuais. A kisspeptina é um potente estimulador (secretagogo) da secreção da GnRH e é muito provável que nos próximos anos venha a fazer parte dos recursos hormonais para o controle artificial da reprodução, não só nos bovinos, mas em todas as espécies domésticas. 3. DESENVOLVIMENTO FOLICULAR O ovário é responsável pela produção de ovócitos e pela síntese de hormônios sexuais, estrogênios e progesterona, que promovem e regulam a fertilização do ovócito e a manutenção da gestação. O ovócito encontra-se no interior do folículo ovárico rodeado por células granulosas que participam de forma ativa no seu crescimento e maturação. As experiências in vitro demonstram a dependência dos ovócitos das células da granulosa, assim, quando os ovócitos são induzidos a amadurecer devem estar rodeados por várias camadas de células da granulosa para que este processo seja bem sucedido, caso contrário, não adquirem o potencial para desenvolver um embrião. Embora as células da teca interna não estejam em contato direto com o ovócito, seu papel na maturação deste o exercem mediante a produção de andrógenos, mesmos que são convertidos em estrogênios pelas células da granulosa. Além disso, as células da teca favorecem o estabelecimento da rede capilar que apoia o desenvolvimento folicular. Por outro lado, os novos conhecimentos indicam que o ovócito não é um elemento passivo no desenvolvimento folicular, mas regula a função das células foliculares; o que significa que ele próprio participa na criação de um microambiente ideal para a sua maturação. Além disso, é possível que o ovócito tenha um papel na ativação do desenvolvimento dos folículos primordiais. A fêmea bovina nasce com aproximadamente 200 mil folículos, dos quais muito poucos se ativam e iniciam seu crescimento, e a maior parte deles sofre atresia em diferentes etapas de desenvolvimento. Ao nascimento, os folículos estão na fase mais elementar e são conhecidos como folículos primordiais. Posteriormente estes folículos se ativam e se transformam em folículos primários e secundários; até este momento os folículos não têm antro (etapa pré-antral) e seu desenvolvimento é independente das gonadotropinas. Quando os folículos formam o antro são conhecidos como folículos terciários e seu desenvolvimento é dependente das gonadotropinas (etapa antral). O crescimento folicular no estágio antral ocorre em forma de ondas e cada onda começa com um aumento nos níveis de FSH, o qual promove o crescimento de um grupo de cinco a seis folículos (~4 mm de diâmetro); este processo é conhecido como recrutamento. Subsequentemente, um único folículo continua a crescer (folículo dominante), o que provoca um aumento das concentrações de estrogênios e inibina, uma diminuição das concentrações de FSH e atresia dos folículos subordinados, pois eles dependem totalmente desta hormona, enquanto o folículo dominante continua o seu desenvolvimento estimulado pela LH. O folículo dominante perdura de quatro a seis dias e se não chega a ovular, sofre atresia. Após a atresia do folículo dominante, diminuem-se os níveis de estrogênio e inibina, observa-se um aumento das concentrações de FSH e inicia-se uma nova onda folicular. O folículo dominante que está presente quando o corpo lúteo sofre regressão, continua seu desenvolvimento e ovula, em resposta ao pico pré-ovulatório de LH. Além de promover a liberação do ovócito, a secreção pré-ovulatória de LH regula a formação do corpo lúteo a partir das células foliculares, processo conhecido como luteinização. Durante o ciclo estral são apresentadas de duas a três ondas foliculares. As vacas com três ondas foliculares têm uma fase lútea mais longa e, consequentemente, um ciclo estral mais longo, de 22 a 23 dias; enquanto as vacas com duas ondas apresentam um ciclo estral de 18 a 21 dias. Nas vacas leiteiras, cerca de 70% apresentam duas ondas foliculares, enquanto 30% exibem três ondas (figura 3 e 4). Nas vacas com duas ondas foliculares, o período de dominação folicular é maior do que nas de três ondas. O tempo de dominação influencia o potencial dos ovócitos para desenvolver um embrião viável; assim, a porcentagem de concepção é menor quando ovulam folículos que tiveram mais dias de dominação dos que quando ovulam folículos com menor tempo de dominação (figura 5). Figura 5. O crescimento folicular no estágio antral ocorre na forma de ondas. Cada onda começa com um aumento nas concentrações de FSH, o que promove o recrutamento de cinco a seis folículos (~4 mm de diâmetro). Posteriormente um único folículo continua crescendo (folículo dominante), enquanto seus companheiros (subordinados) sofrem atresia. O folículo dominante perdura de quatro a seis dias e se não chega a ovular, sofre atresia. Após a atresia do folículo dominante observa-se um aumento das concentrações de FSH, iniciando-se uma nova onda folicular. 3.1 Ovulação múltipla Nos últimos anos tem-se observado um aumento na proporção de vacas com ovulação múltipla (20% x 1% em novilhas), o que tem provocado um aumento da proporção de partos gêmeos (8% x 1% em novilhas). A frequência de vacas com ovulação múltipla está associada com a alta produção de leite; de modo que, as vacas que produzem menos de 40 kg mostram 6% de ovulações múltiplas e aquelas que produzem mais de 50 kg alcançam até 50%. A causa deste fenômeno ainda é obscura, contudo, observaram-se diferenças nas concentrações de FSH, de tal forma que as vacas que desenvolvem de dois a três folículos dominantes numa onda folicular, apresentam níveis de FSH mais elevados que as vacas que têm apenas um folículo dominante. Em vacas em lactação, a concentração de progesterona é baixa devido ao aumento do metabolismo hepático, o que aumenta a sua taxa de eliminação. Foi observado que as vacas que tiveram uma fase lútea com níveis de progesterona mais elevados, no ciclo anterior à inseminação, apresentam menos ovulações múltiplas em comparação com as vacas que tiveram níveis de progesterona mais baixos. Propõe-se que as baixas concentrações de progesterona permitam um aumento da frequência de secreção da GnRH e, consequentemente, da LH e da FSH, favorecendo a predominância múltipla e, eventualmente, a ovulação de mais de um folículo. Nos rebanhos leiteiros, as gestações gêmeas não são desejáveis porque aumenta o risco de perda da gestação e, se esta chegar ao término, haverá o risco de perda da gestação e, se esta for concluída, o risco de distorcia é consideravelmente mais elevado (figuras 6, 7, 8 e 9). Figura 6. As baixas concentrações de progesterona sérica nas vacas em lactação permitem um aumento da frequência de secreção da GnRH, bem como o aumento da LH e da FSH. Isto favorece a dominação múltipla e eventualmente a ovulação de mais de um folículo. Esta figura mostra a dominância de dois folículos em cada onda folicular (codominância). Figura 7. Ovários de uma vaca leiteira em diestro com três folículos dominantes. Figura 8. Ovários de uma vaca leiteira com três corpos lúteos. Figura 9. Ovários de uma vaca leiteira com dois corpos hemorrágicos. Fonte: Acervo pessoal do autor. IFPE, 2017-18. 4. DESENVOLVIMENTO E CONTROLE DA FUNÇÃO DO CORPO LÚTEO Quando o folículo dominante completa sua maturação, ele produz níveis de estrogênio suficientes para provocar a liberação máxima da GnRH, o que desencadeia o pico pré-ovulatório da LH. Esta secreção de LH provoca a ovulação e inicia as mudanças para que o folículo se transforme em um corpo lúteo, processo conhecido como luteinização. A luteinização compreende todas as mudanças morfológicas, endócrinas e enzimáticas que ocorrem no folículo ovulatório até que este se transforme num corpo lúteo. O processo de luteinização começa a partir da elevação pré-ovulatória de LH; mesmo antes da ovulação. A luteinização do folículo dominante (≥8 mm de diâmetro) pode ser induzida hormonalmente pela injeção de GnRH ou gonadotropina coriónica humana (hCG). A ovulação ocorre em média 30 horas após o pico pré-ovulatório de LH. A secreção pré-ovulatória de LH desencadeia a liberação de enzimas proteolíticas e de mediadores da inflamação na parede folicular, as quais degradam o tecido conjuntivo e ocasionam morte celular. Posteriormente, a PGF2α induz contrações da teca externa, levando à ruptura folicular e à expulsão do ovócito. Após a ovulação, as células da teca interna e da granulosa migram e distribuem-se nas paredes do folículo. As células da teca interna se diferenciam e se multiplicam em células lúteas pequenas, enquanto que as células da granulosa se hipertrofiam e dão origem às células lúteas grandes. Estas alterações são facilitadas pela ruptura da membrana basal que separa a camada celular da granulosa da teca interna. Em forma paralela começa a formação de uma ampla rede de capilares que se distribuem em todo o corpo lúteo em formação, e chegam a constituir até 20% do volume desta estrutura (figuras 10 e 11). A progesterona é o principal produto de secreção do corpo lúteo. No quinto dia do ciclo estral, as concentrações séricas desta hormona são superiores a 1 ng/ ml, indicando que o corpo lúteo adquiriu a sua plena funcionalidade. A progesterona atua basicamente sobre os órgãos genitais da fêmea, sendo responsável pela preparação do útero para o estabelecimento e manutenção da gestação. Na mucosa do oviduto e do útero, estimula a secreção de substâncias que promovem o desenvolvimento do embrião, até que este comece a nutrir-se através da placenta. A progesterona suprime a resposta imunitária do útero, o que é necessário para tolerar o embrião, já que este é um tecido estranho para a vaca. Além disso, a progesterona evita as contrações do útero, fecha o colo do útero e modifica as características do muco cervical, tornando-o mais viscoso, impedindo a passagem de agentes estranhos para o interior do útero. Na glândula mamária estimula o desenvolvimento do sistema alveolar, preparando-a para a síntese e a secreção de leite. 5. REGRESSÃO DO CORPO LÚTEO A regressão lútea é um processo ativo ocasionado pela secreção uterina da PGF2α. O mecanismo pelo qual se inicia a síntese e secreção da PGF2α depende de uma interação entre o corpo lúteo, os folículos e o útero. Os estrogênios produzidos no folículo dominante desempenham um papel importante no início da secreção de PGF2α, uma vez que promovem a síntese de receptores para oxitocina. Além disso, os estrogénios estimulam no endométrio a produção da fosfolipase A e da ciclooxigenase; enzimas indispensáveis para a síntese da PGF2α. Durante o ciclo estral, a progesterona inibe a síntese da PGF2α através da supressão da formação de receptores para o estradiol. Após um período de 12 a 14 dias de exposição à progesterona, as células endometriais tornam-se insensíveis à progesterona. Quando isso ocorre, as células endometriais sintetizam receptores para estradiol, permitindo que o estradiol produzido no folículo dominante estimule a síntese de receptores para oxitocina. Neste momento, o endométrio está pronto para sintetizar e secretar PGF2α, em resposta ao estímulo da oxitocina. A primeira secreção de oxitocina é de origem hipotalâmica, o que desencadeia o primeiro pulso de PGF2α. Os seguintes episódios de PGF2α são induzidos pela oxitocina produzida no corpo lúteo. A PGF2α é secretada em episódios (pulsos) com intervalos de seis a oito horas, sendo necessários cinco a seis episódios para a luteólise ocorrer. Se a PGF2α não seguir este padrão de secreção, a regressão do corpo lúteo falhará. Além da PGF2α de origem uterina, o corpo lúteo também produz PGF2α, que aumenta o efeito luteolítico. A falta de sensibilidade à PGF2α observada nos corpos lúteos imaturos (primeiros cinco dias após a ovulação) deve-se ao fato de, neste período, o corpo lúteo ainda não produzir PGF2α (figura 12, 13 e 14). 6. ETAPAS DO CICLO ESTRAL O ciclo estral é dividido em quatro etapas bem definidas. 6.1 Estro Neste estágio a fêmea aceita a cópula ou a monta de outra vaca. O estro é provocado pelo aumento significativo das concentrações de estradiol produzido pelo folículo pré-ovulatório e pela ausência de um corpo lúteo. A duração desta etapa é de 8 a 18 horas. 6.2 Metaestro O metaestro é a etapa posterior ao estro, tem uma duração de quatro a cinco dias. Durante esta etapa ocorre a ovulação e se desenvolve o corpo de lúteo. Após a ovulação, observa-se uma depressão no lugar ocupado pelo folículo ovulatório (depressão ovulatória) e, posteriormente, se desenvolve o corpo hemorrágico (corpo lúteo em processo de formação). Durante o metaestro, as concentrações de progesterona começam a aumentar até atingirem níveis superiores a 1 ng/ml, momento a partir da qual considera-se que o corpo lúteo atingiu a maturidade. O momento em que as concentrações de progesterona são superiores a 1 ng/ml toma-se como critério fisiológico a determinação do fim do metaestro e o início do diestro. Um evento hormonal que se destaca neste período consiste na apresentação do pico pós-ovulatório de FSH, o qual desencadeia a primeira onda de desenvolvimento folicular. Algumas vacas apresentam sangramento conhecido como sangramento metaestral (figura 15). 6.3 Diestro O diestro é o estágio de maior duração do ciclo estral, de 12 a 14 dias. Durante este estágio o corpo lúteo mantém sua plena funcionalidade, o que se reflete em concentrações sanguíneas de progesterona, maiores que 1 ng/ml. Além disso, nesta fase, pode-se encontrar folículos de tamanho diferente devido às ondas foliculares. Após 12-14 dias de exposição à progesterona, o endométrio começa a secretar PGF2α em um padrão pulsátil, ao qual termina com a vida do corpo lúteo e com o diestro. Em termos endócrinos, quando o corpo lúteo perde a sua funcionalidade, ou seja, quando as concentrações de progesterona diminuem abaixo de 1 ng/ml, finaliza-se o diestro e começa o proestro. Convém mencionar que durante esta fase, a LH é secretada com uma frequência muito baixa e a FSH tem incrementos responsáveis pelas ondas foliculares. 6.4 Proestro O proestro caracteriza-se pela ausência de um corpo lúteo funcional e pelo desenvolvimento e maturação do folículo ovulatório. O proestro na vaca dura de dois a três dias. Um evento hormonal característico desta etapa é o aumento da frequência dos pulsos de secreção de LH que levam à maturação final do folículo ovulatório e ao aumento do estradiol sérico, que desencadeia o estro. Para além da classificação do ciclo estral acima descrita, existe outra que divide o ciclo em duas fases: progestacional (lútea) e estrogênica (folicular). A fase progestacional inclui o metaestro e o diestro, e a fase estrogênica ao proestro e estro (figura 16). Figura 16. Etapas do ciclo estral. Adaptado e elaborado a partir de FERREIRA, 2010. 7. CONCLUSÕES PRÉVIAS  O ciclo estral dura de 19 a 23 dias.  A vaca é receptiva durante 8 a 18 horas (estro).  Ao nascimento uma bezerra tem cerca de 200 mil folículos primordiais.  Durante o ciclo estral se apresentam de duas a três ondas foliculares.  De cinco a seis folículos são recrutados em cada onda folicular.  Cerca de 70% das vacas têm duas ondas foliculares e 30% apresentam três ondas.  Entre 10 e 20% das vacas têm ovulações múltiplas (dois a três folículos) e 8% têm partos gêmeos.  A ovulação ocorre 30 horas após o pico pré-ovulatório de LH.  A secreção pré-ovulatória de LH é de 15 a 30 ng/ml.  12 a 14 dias são necessários para que o endométrio se torne insensível à progesterona e comece a secretar PGF2α. - São necessários cinco a seis pulsos de PGF2α com um intervalo de oito horas para ocasionar a luteólise.  O corpo lúteo não é sensível à PGF2α nos primeiros cinco dias do ciclo estral. Emanuel Isaque Cordeiro da Silva – Departamento de Zootecnia da UFRPE Recife, 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Nadja Gomes; PEREIRA, Marcos Neves; COELHO, Rodrigo Michelini. Nutrição e reprodução em vacas leiteiras. Revista Brasileira de Reprodução Animal, p. l1248-l1248, 2009. ARBOLEDA, José Leonardo Ruiz; URIBE-VELÁSQUEZ, Luis Fernando; OSORIO, José Henry. Factor de crecimiento semejante a insulina tipo 1 (IGF-1) en la reproducción de la hembra bovina. Vet. zootec, v. 5, n. 2, p. 68-81, 2011. BARUSELLI, Pietro Sampaio; GIMENES, Lindsay Unno; SALES, José Nélio de Sousa. Fisiologia reprodutiva de fêmeas taurinas e zebuínas. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 31, n. 2, p. 205-211, 2007. COLE, H. H.; CUPPS, P. T. Reproduction in domestic animals. 1ª ed. Londres: Academic Press, 1977. DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Características Gerais dos Bovinos/General Characteristics of Cattle Bovine. Disponível em: ———. Acesso em: Fevereiro de 2020. 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Lavras: UFLA, 1997. (shrink)

Divine names, i.e. the names religions use to speak of their god(s), pose a special problem to semantics. It is not only disputed whether they are proper names, descriptions, or names of kinds, the dispute between believers and non-believers over the ontological status of their bearers is a further obstacle to offering a single theory that can account for all divine names. But aboutness theory can come to the rescue here. Whatever terms divine names are, they pick out a subject (...) matter, and whereas ontology is relevant to reference, subject matters need no corresponding object in the world. Believers and non-believers can therefore agree on the name bearers’ status as topics of their conversation. (shrink)

In her ‘Spracherwerb’(2012) Ruth Millikan gives a compelling account of language acquisition based on our ability to track objects. I argue that, and how, it is undermined by her insistence on equating understanding language utterances and sense perception, point to idealist hazards, and plead against propositionality and for imagism in order to safeguard the account’s important potential for giving a comprehensive explication of meaning.

A standard view in philosophy is that knowledge entails justification. Yet recent research suggests otherwise. We argue that this admirable and striking research suffers from an important limitation: participants were asked about knowledge but not justification. Thus it is possible that people attributed knowledge partly because they thought the belief was justified. Perhaps though, if given the opportunity, people would deny justification while still attributing knowledge. It is also possible that earlier findings were due to perspective taking. This paper reports (...) further research that directly addresses these questions. Our findings support the hypothesis that knowledge entails justification on the ordinary view. (shrink)

Casey O’Callaghan has argued that rather than hearing meanings, we hear phonemes. In this note I argue that valuable though they are in an account of speech perception – depending on how we define ‘hearing’ – phonemes either don’t explain enough or they go too far. So, they are not the right tool for his criticism of the semantic perceptual account (SPA).

This paper offers a defense of ‘publishing without belief’ (PWB) – the view that authors are not required to believe what they publish. I address objections to the view ranging from outright denial and advocacy of a belief norm for publication, to a modified version that allows for some cases of PWB but not others. I reject these modifications. In doing so, I offer both an alternative story about the motivations for PWB and a diagnosis of the disagreement over its (...) permissibility. The original defense focused on consequentialist reasons for allowing PWB, offering mostly defensive arguments against potential criticisms. But I argue that once we shift our focus to the reasons why authors might be prone to PWB, we see a difference in two types of motivation: whereas I imagine PWB as arising from underconfident agents, critics point to cagey or nefarious authorial practices, or authors’ failure to clarify their own degrees of belief. Underlying the debate over norms of philosophical publishing, we find two different conceptions of philosophy itself. (shrink)

The aim of this paper is to propose a systematic classification of emotions which can also characterize their nature. The first challenge we address is the submission of clear criteria for a theory of emotions that determine which mental phenomena are emotions and which are not. We suggest that emotions as a subclass of mental states are determined by their functional roles. The second and main challenge is the presentation of a classification and theory of emotions that can account for (...) all existing varieties. We argue that we must classify emotions according to four developmental stages: 1. pre-emotions as unfocussed expressive emotion states, 2. basic emotions, 3. primary cognitive emotions, and 4. secondary cognitive emotions. We suggest four types of basic emotions (fear, anger, joy and sadness) which are systematically differentiated into a diversity of more complex emotions during emotional development. The classification distinguishes between basic and non-basic emotions and our multi-factorial account considers cognitive, experiential, physiological and behavioral parameters as relevant for constituting an emotion. However, each emotion type is constituted by a typical pattern according to which some features may be more significant than others. Emotions differ strongly where these patterns of features are concerned, while their essential functional roles are the same. We argue that emotions form a unified ontological category that is coherent and can be well defined by their characteristic functional roles. Our account of emotions is supported by data from developmental psychology, neurobiology, evolutionary biology and sociology. (shrink)

Hippocrate de Cos, médecin et philosophe, est souvent considéré comme le père de la médecine. Si la représentation d’un Hippocrate comme « père de la médecine » relève de l’inflation mythique, elle est néanmoins révélatrice de l’importance de son héritage. L’objectif de cet article est de rendre compte des différentes versions du Serment d’Hippocrate, ainsi que des versions professionnelles subséquentes, afin de souligner certaines difficultés inhérentes à ce texte. Nous souhaitons également avancer l’idée selon laquelle les idéaux hippocratiques ne sont (...) pas à considérer comme un ensemble de principes aujourd’hui caduques, mais plutôt comme un cadre conceptuel pertinent pour comprendre certains des enjeux propres à la relation médecin-patient.e aujourd’hui. (shrink)

It is uncontroversial that something goes wrong with the blaming practices of hypocrites. However, it is more difficult to pinpoint exactly what is objectionable about their blaming practices. I contend that, just as epistemologists have recently done with blame, we can constructively treat hypocrisy as admitting of an epistemic species. This paper has two objectives: first, to identify the epistemic fault in epistemically hypocritical blame, and second, to explain why epistemically hypocritical blamers lose their standing to epistemically blame. I tackle (...) the first problem by appealing to an epistemic norm of consistency. I address the second by arguing that the epistemically hypocritical blamer commits to an opting-out of the set of shared epistemic standards that importantly underlies our standing to epistemically blame. I argue further that being epistemically hypocritical undermines a blamer’s standing even to judge epistemically blameworthy. (shrink)

Dans le diagnostic du cancer, la précocité du diagnostic est généralement un élément valorisé. Selon la croyance commune, un cancer détecté tôt aura plus de chance d’être traitable. Or, cette conception des avantages du diagnostic précoce mène dans certains cas au phénomène de surdiagnostic, soit le fait de diagnostiquer un cancer à des individus qui n’en ont pas encore un et qui sont potentiellement en voie de le développer. Dans cet article, nous défendrons d’abord que le phénomène de surdiagnostic est (...) lié en majeure partie à notre connaissance grandissante du cancer, et au fait que ces nouvelles connaissances causent des biais dans les processus de dépistage, conduits en vue de trouver un cancer. Afin de remédier à cette problématique, nous tenterons de montrer que le fait de simplement modifier notre approche du cancer et le vocabulaire médical associé permettrait de réduire les cas de surdiagnostics. (shrink)

According to a consensus view in philosophy, “deciding” and “intending” are synonymous expressions. Researchers have recently challenged this view with the discovery of a counterexample in which ordinary speakers attribute deciding without intending. The aim of this paper is to investigate the strengths and limits of this discovery. The result of this investigation revealed that the evidence challenging the consensus view is strong. We replicate the initial finding against consensus and extend it by utilizing several new measures, materials, and procedures. (...) Together this evidence strongly suggests that “deciding” is not synonymous with “intending” in ordinary language and that the consensus view should be rejected. (shrink)

ICTs, personal data, digital rights, the GDPR, data privacy, online security… these terms, and the concepts behind them, are increasingly common in our lives. Some of us may be familiar with them, but others are less aware of the growing role of ICTs and data in our lives - and the potential risks this creates. These risks are even more pronounced for vulnerable groups in society. People can be vulnerable in different, often overlapping, ways, which place them at a disadvantage (...) to the majority of citizens; Table 3 in this guide presents some of the many forms and causes of vulnerability. As a result, vulnerable people need greater support to navigate the digital world, and to ensure that they are able to exercise their rights. This guide explains where such support can be found, and also answers the following questions: - What are the main ethical and legal issues around ICTs for vulnerable citizens? - Who is vulnerable in Europe? - How do issues around ICTs affect vulnerable people in particular? This guide is a resource for members of vulnerable groups, people who work with vulnerable groups, and citizens more broadly. It is also useful for data controllers1 who collect data about vulnerable citizens. While focused on citizens in Europe, it may be of interest to people in other parts of the world. It forms part of the Citizens’ Information Pack produced by the PANELFIT project, and is available in English, French, German, Italian and Spanish. You are welcome to translate this guide into other languages. Please send us a link to online versions in other languages, so that we can add them to the project website. (shrink)

One striking observation in the history of rational choice models is that those models have not only been used in economics but spread widely across the social and behavioral sciences. How do such model transfers proceed? By closely studying the early efforts to transfer such models by William Riker – a major protagonist in pushing the adoption of game theoretic models in political science – this article examines the transfer process as one of ‘translation’ by which abstract and mathematical rational (...) choice models were constructed and modified such that they applied to a specific target system in a new domain. In this paper, we argue that to overcome a set of challenges that hampered the straightforward transfer of game theoretic models into political science, Riker complemented theoretical and conceptual modifications of von Neumann and Morgenstern’s game schemes with the use of narratives to turn them into applicable and testable models. As such, those narratives played a crucial role in enabling their transfer and ultimately facilitated the applicability of game theoretic models in political science. (shrink)

Online education has become an essential component of education. Thus, several factors, such as the student’s learning strategy and motivation, generally contribute to their academic success. This study investigates the relationship between learning strategies, motivation, and online learning environment among 150 first-year college students. Employing correlational design, the statistical findings of the study reveal that the r coefficient of 0.59 indicates a moderate positive correlation between the variables. The p-value of 0.00, which is less than 0.05, leads to the decision (...) to reject the null hypothesis. Hence, a significant relationship exists between learning strategies, motivation, and the online learning environment. (shrink)

How does consciousness vary across the animal kingdom? Are some animals ‘more conscious’ than others? This article presents a multidimensional framework for understanding interspecies variation in states of consciousness. The framework distinguishes five key dimensions of variation: perceptual richness, evaluative richness, integration at a time, integration across time, and self-consciousness. For each dimension, existing experiments that bear on it are reviewed and future experiments are suggested. By assessing a given species against each dimension, we can construct a consciousness profile for (...) that species. On this framework, there is no single scale along which species can be ranked as more or less conscious. Rather, each species has its own distinctive consciousness profile. (shrink)

Deception, like coercion, can invalidate the moral force of consent. In the sexual domain, when someone is deceived about some feature of their partner, knowledge of which would be dispositive of their decision to have sex – a dealbreaker – the moral validity of their consent is undermined. I argue that in order to determine whether someone has discharged their duties of disclosure in the sexual domain, we should ask whether, upon receiving a token of consent to sex, they have (...) a justified belief that their partner would consent to the sexual encounter given all the features that it has. I argue that whether an agent has a justified belief in this proposition is a function of the agent’s body of evidence and which alternatives uneliminated. (shrink)

Editors' preface to the book symposium on Michael Ayers' Knowing and Seeing. Groundwork for a New Empiricism (OUP 2019).

The phrase ‘person‐centred care’ (PCC) reminds us that the fundamental philosophical goal of caring for people is to uphold or promote their personhood. However, such an idea has translated into promoting individualist notions of autonomy, empowerment and personal responsibility in the context of consumerism and neoliberalism, which is problematic both conceptually and practically. From a conceptual standpoint, it ignores the fact that humans are social, historical and biographical beings, and instead assumes an essentialist or idealized concept of personhood in which (...) a person is viewed as an individual static object. From a practical standpoint, the application of such a concept of personhood can lead to neglect of a person's fundamental care needs and exacerbate the problems of social inequity, in particular for older people and people with dementia. Therefore, we argue that our understanding of PCC must instead be based on a dynamic concept of personhood that integrates the relevant social, relational, temporal and biographical dimensions. We propose that the correct concept of personhood in PCC is one in which persons are understood as socially embedded, relational and temporally extended subjects rather than merely individual, autonomous, asocial and atemporal objects. We then present a reconceptualization of the fundamental philosophical goal of PCC as promoting selfhood rather than personhood. Such a reconceptualization avoids the problems that beset the concept of personhood and its application in PCC, while also providing a philosophical foundation for the growing body of empirical literature that emphasizes the psychosocial, relational, subjective and biographical dimensions of PCC. (shrink)

In 2020, the European Union announced the award of the contract for the biometric part of the new database for border control, the Entry Exit System, to two companies: IDEMIA and Sopra Steria. Both companies had been previously involved in the development of databases for border and migration management. While there has been a growing amount of publicly available documents that show what kind of technologies are being implemented, for how much money, and by whom, there has been limited engagement (...) with digital methods in this field. Moreover, critical border and security scholarship has largely focused on qualitative and ethnographic methods. Building on a data feminist approach, we propose a transdisciplinary methodology that goes beyond binaries of qualitative/quantitative and opacity/transparency, examines power asymmetries and makes the labour of coding visible. Empirically, we build and analyse a dataset of the contracts awarded by two European Union agencies key to its border management policies – the European Agency for Large-Scale Information Systems (eu-LISA) and the European Border and Coast Guard Agency (Frontex). We supplement the digital analysis and visualisation of networks of companies with close reading of tender documents. In so doing, we show how a transdisciplinary methodology can be a device for making datafication ‘intelligible’ at the European Union borders. (shrink)

In this paper, I argue that knowledge of philosophical propositions can and should perform a role as regulative ideal in high school philosophy classes. Roughly speaking, I think that there are two kinds of knowledge assumed in high school philosophy classes: the first, which, for convenience, I shall call philosophical dispositional knowledge, and the philosophical propositional knowledge. The first one consists in the knowledge that takes into account only certain philosophical skills such as thesis identification, argument identification etc. The second (...) one involves the guarantee of the truth of a philosophical proposition through justification. I argue that the philosophical dispositional knowledge, although it is a sufficient epistemological presupposition to be assumed for the preparation of high school philosophy classes, it is not necessary. This is because this kind of knowledge does not sufficiently plays a role as the ultimate goal in philosophy classes, if we consider that Philosophy itself, by its authors, has the philosophical propositional knowledge as an ultimate goal. Further, I argue that the first kind of knowledge is properly understood only if it is regulated by the second kind of knowledge ideal. Thus considered, besides the fact that, in this way, we in fact make Philosophy present itself in high school classes, we will have considerable gains for the students’ posture in face of the fundamental philosophical problems. (shrink)

We propose and investigate an Analogy Principle in the context of Unary Inductive Logic based on a notion of support by structural similarity which is often employed to motivate scientific conjectures.

Rules are meant to apply equally to all within their jurisdiction. However, some rules are frequently broken without consequence for most. These rules are only occasionally enforced, often at the discretion of a third-party observer. We propose that these rules—whose violations are frequent, and enforcement is rare—constitute a unique subclass of explicitly codified rules, which we call ‘phantom rules’ (e.g., proscribing jaywalking). Their apparent punishability is ambiguous and particularly susceptible to third-party motives. Across six experiments, (N = 1440) we validated (...) the existence of phantom rules and found evidence for their motivated enforcement. First, people played a modified Dictator Game with a novel frequently broken and rarely enforced rule (i.e., a phantom rule). People enforced this rule more often when the “dictator” was selfish (vs. fair) even though the rule only proscribed fractional offers (not selfishness). Then we turned to third person judgments of the U.S. legal system. We found these violations are recognizable to participants as both illegal and commonplace (Experiment 2), differentiable from violations of prototypical laws (Experiments 3) and enforced in a motivated way (Experiments 4a and 4b). Phantom rule violations (but not prototypical legal violations) are seen as more justifiably punished when the rule violator has also violated a social norm (vs. rule violation alone)—unless the motivation to punish has been satiated (Experiment 5). Phantom rules are frequently broken, codified rules. Consequently, their apparent punishability is ambiguous, and their enforcement is particularly susceptible to third party motives. (shrink)

This thesis is organized into two parts. In the first, I focus on concepts, ones which include a series of critiques on past human behaviors and mindsets. I trace how rationalist ideologies and worldviews developed into conformist schematics, and how these schematics have been implemented via central state authority. I also examine the results of this process, focusing on dehumanization, silencing, and objectification. Informed by Scott, I describe legibility construction. In the process of making people and places legible to central (...) authorities, large swaths of detail become obfuscated or lost. Oftentimes this leads into attempts to reconstruct the territory in the image of the rationalized map. This conformist vision pays no attention to the locality, tradition, or context of the people and places being bulldozed in the process. I also draw from and analyze speculative fiction, a medium which allows the imagining of potential futures. Fiction can help inform the future and articulate failures of the past and present. -/- In the second part, I outline my own working conception of how to move toward a more equitable and sustainable future. Rather than providing a prescriptive blueprint of how I think the world ought to operate, I instead outline general goals that I believe are worth moving towards, along with potential strategies for getting there. (shrink)

Giere’s analysis of the epistemic role of fiction in science and literature is the representative of antifictionists. Our research finds the three inconsistencies in his main paper regarding the comparison of fiction in scientific models and literary works. We analyze his argument and offer our solution to the issue favoring the perspective of fictionalism. Further, we support a typological differentiation of false representation in science into fictional and fictitious. The value of this differentiation we demonstrate by giving the example of (...) digital organisms in system biology. The paper aims to help better understanding of fiction in science and to avoid the oversimplification of literary fiction. (shrink)

Faced with a national tragedy, citizens respond in different ways. Some will initiate debate about the possible connections between this tragedy and broader moral and political issues. But others often complain that this is too early, that it is inappropriate to debate such larger issues while ‘the bodies are still warm’. This paper critically examines the grounds for such a complaint. We consider different interpretations of the complaint—cynical, epistemic and ethical—and argue that it can be resisted on all of these (...) readings. Debate shortly after a national disaster is therefore permissible. We then set out a political argument in favour of early debate based on the value of broad political participation in liberal democracies and sketch a stronger argument, based on the duty to support just institutions, that would support a political duty to engage in debate shortly after tragedies have occurred. (shrink)

As algorithms have become ubiquitous in consequential domains, societal concerns about the potential for discriminatory outcomes have prompted urgent calls to address algorithmic bias. In response, a rich literature across computer science, law, and ethics is rapidly proliferating to advance approaches to designing fair algorithms. Yet computer scientists, legal scholars, and ethicists are often not speaking the same language when using the term ‘bias.’ Debates concerning whether society can or should tackle the problem of algorithmic bias are hampered by conflations (...) of various understandings of bias, ranging from neutral deviations from a standard to morally problematic instances of injustice due to prejudice, discrimination, and disparate treatment. This terminological confusion impedes efforts to address clear cases of discrimination. -/- In this paper, we examine the promises and challenges of different approaches to disambiguating bias and designing for justice. While both approaches aid in understanding and addressing clear algorithmic harms, we argue that they also risk being leveraged in ways that ultimately deflect accountability from those building and deploying these systems. Applying this analysis to recent examples of generative AI, our argument highlights unseen dangers in current methods of evaluating algorithmic bias and points to ways to redirect approaches to addressing bias in generative AI at its early stages in ways that can more robustly meet the demands of justice. (shrink)

In this position paper, we introduce a new epistemic lens for analyzing algorithmic harm. We argue that the epistemic lens we propose herein has two key contributions to help reframe and address some of the assumptions underlying inquiries into algorithmic fairness. First, we argue that using the framework of epistemic injustice helps to identify the root causes of harms currently framed as instances of representational harm. We suggest that the epistemic lens offers a theoretical foundation for expanding approaches to algorithmic (...) fairness in order to address a wider range of harms not recognized by existing technical or legal definitions. Second, we argue that the epistemic lens helps to identify the epistemic goals of inquiries into algorithmic fairness. There are two distinct contexts within which we examine algorithmic harm: at times, we seek to understand and describe the world as it is, and, at other times, we seek to build a more just future. The epistemic lens can serve to direct our attention to the epistemic frameworks that shape our interpretations of the world as it is and the ways we envision possible futures. Clarity with respect to which epistemic context is relevant in a given inquiry can further help inform choices among the different ways of measuring and addressing algorithmic harms. We introduce this framework with the goal of initiating new research directions bridging philosophical, legal, and technical approaches to understanding and mitigating algorithmic harms. (shrink)

This study aimed to determine the effectiveness of using Team Assisted Individualization (TAI) as cooperative learning teaching approach to improve students’ mathematical cognition. A quantitative research design via experimental design using one group pretest and post-test was employed. This only concentrated on specific students’ processing speed and working memory and included 67 grade 9 students from a public school in the Philippines. The findings showed that the components of TAI were moderately effective under the placement test, effective under the teams, (...) teaching group, student creative, team study, fact test and team score than whole class and highly effective under team recognition, Furthermore, there is a significant difference between the pre-test and post-test scores in each completed stage, and TAI approach is an effective strategy in improving the mathematical cognition of students. This study argues that TAI approach may be utilized in mathematics classrooms to improve the mathematical cognition of students. The gravity of the lessons or topics may be put into consideration to balance the learning and performances of students. (shrink)

Tema rada su dva tipa emergencije unutar razumevanja bioloških entiteta: a) epistemološka i b) ontološka emergencija. Iako postoji obimna literatura posvećena ovom pojmu (njegovim tipovima, čak i vrstama), tvrdimo da se pojam ontološke emergencije najčešće pogrešno primenjuje u naučnim i filozofskim objašnjenjima kompleksnih sistema, stoga ga formulišemo na drugačiji način. Da bismo istakli u čemu je distinktivno svojstvo jednog tipa u odnosu na drugi, i time dali doprinos boljem razumevanju kompleksnosti biosfere, za tip a) koristimo konvencionalno prihvaćen model za reprezentovanje (...) genetičkih regulatornih mreža, dok za tip b) obrazlažemo zašto treba da bude predstavljen egzaptacijama. Cilj naše analize je da ukaže, polazeći od osnovnih pretpostavki sistemske biologije, na koji način pojam emergencije ima značajno mesto u današnjoj filozofiji nauke i teorijskoj biologiji. (shrink)

The structuralist reconstruction of the metabolic biochemistry here presented is a more complete and revised version than the one presented in Donolo, Federico & Lorenzano (2006). This version, as the previous one, continues with the reconstructive task initiated by César Lorenzano (2002), but advances further on those elements which remained pendent of reconstruction: applications subsequent to the paradigmatic one, for being these “too diversified and numerous” (p. 210).In line with which is said before, the objective of this new reconstruction is (...) to make the theoretical network of the biochemistry wider, in order to be able to capture the many successful applications (paradigmatic examples or exemplars) which appear in modern university textbooks. In order to accomplish this, major conceptual precisions are being introduced which will have repercussions in a modification and increased complexity of the fundamental law implicit in the text books, but still conserving the previous basic idea. Because of all this we can say that the present article goes further into the reconstruction task of the metabolic biochemistry theory. (shrink)

The relationship between art and time is one of pre-figuration–transfiguration, a continuous exchange between the art of the present and that of the past and it is in this sense that we can understand how the works of art are have almost their entire life before them. It is in this sense also that the real meaning of metamorphosis should be understood: The works of art are not permanent acquisitions. They offer themselves the ways through which they appear in another (...) light, gathering up at the same time a series of antecedent expressions in an eternity ever to be recreated. Hence, art’s time is neither a-historical nor exclusively history embedded (in history’s empirical sense). Art’s time is trans-historical: artworks, initiating themselves the process of their metamorphosis, ‘transcend’ time being into time and, thus, they ‘traverse’ history. (shrink)

El presente artículo analiza la asimilación en la obra de Tomás de Aquino de los principios fundamentales del necesitarismo físico aristotélico así como la introducción, desde el punto de vista de la cosmología cristiana, dos tipos de fenómenos ajenos a la filosofía de la naturaleza de Aristóteles: las operaciones ocultas de la naturaleza y los milagros. Se estudia la postura del Aquinate en torno al magnetismo, las mareas, las propiedades terapéuticas de los compuestos y el origen de los poderes de (...) las figuras nigrománticas y reliquias. -/- . (shrink)

The purpose of this paper is to contextualize the study of metaphors within constructivist-informed research, in the hope that this process will orient cognitive scientists to the usefulness of implementing qualitative research methodologies, especially to using the person of the researcher as the primary research instrument. First, I explore some of the differences between Johnson and Lakoff’s Contemporary Metaphor Theory (CMT) and approaches evolving from it on one hand, and the clinical approach to metaphor based on a constructivist therapy model, (...) on the other. CMT has been one of the most significant forces that helped shift cognitive science toward an embodied approach to cognition. While it has succeeded to place physical experience back where it belongs in reason and meaning, CMT has, however, also fallen into some positivist traps which lead to problems such as a dualism, a split between the knower and the known, and with that, to a distrust of introspective, first-person accounts. In the process of finding conceptual metaphors — generalizations that govern metaphorical expressions — CMT often deletes the idiosyncratic characteristics and presuppositions implicit in linguistic metaphors; it divorces them from people’s sensory experiences, the “here and now” and the intent of their communications. The constructivist approach to metaphor that I present here accepts as a priori assumptions much of what workers of CMT are out to prove. In particular, it takes the correlation of conceptual metaphors and physical experience, as well as the unity of language and thought as pragmatic givens. Emulating the constructivist therapist’s approach to metaphors, I show how it is possible to deconstruct conceptual metaphors into minute sensory distinctions, using one’s own person as the main tool, for the purpose of helping people change their experiences in desired ways, at will. I illustrate this process by numerous examples from a wide field of applications, including mathematics education and psychotherapy. (shrink)

Emotion recognition systems (ERS) offer the ability to identify the emotions of others, based on an analysis of their facial expressions and regardless of culture, ethnicity, context, gender or social class. By claiming universalism in the expression as well as in the recognition of emotions, we believe that ERS present significant risks of causing great harm to some individuals, in addition to targeting, in some contexts, specific social groups. Drawing on a wide range of multidisciplinary knowledge - including philosophy, psychology, (...) computer science and anthropology - this research project aims to identify the current limitations of ERS and the main risks that their use brings, with the goal of providing a clear and robust analysis of the use of ERS and their contribution to greater social justice. Pointing to technical limitations, we refute, on the one hand, the idea that ERS are able to prove the causal link between specific emotions and specific facial expressions. We support our argument with evidence of the inability of ERS to distinguish facial expressions of emotions from facial expressions as communication signals. On the other hand, due to the contextual and cultural limitations of current ERS, we refute the idea that ERS are able to recognise, with equal performance, the emotions of individuals, regardless of their culture, ethnicity, gender and social class. Our ethical analysis shows that the risks are considerably more numerous and important than the benefits that could be derived from using ERS. However, we have separated out a specific type of ERS, whose use is limited to the field of care, and which shows a remarkable potential to actively participate in social justice, not only by complying with the minimum requirements, but also by meeting the criterion of beneficence. While ERS currently pose significant risks, it is possible to consider the potential for specific types to participate in social justice and provide emotional and psychological support and assistance to certain members of society. (shrink)

The charge of hypocrisy is a peculiar kind of accusation: it is damning and ubiquitous; it is used to deny the hypocrite standing to speak; and it is levelled against a great variety of conduct. Much of the philosophical literature on hypocrisy is aimed at explaining why hypocrisy is wrongful and worthy of censure. We focus instead on the use of the accusation of hypocrisy and argue for a revisionary claim. People think that hypocrisy in politics is bad and that (...) calling it out is good. Our novel claim is that even if hypocrisy in politics is bad (and that is a big if), calling it out is worse. We give a feminist case as to why accusations of hypocrisy are problematic. We also go further and claim that hypocrisy is a ubiquitous and perhaps even a necessary and beneficial part of political debate in liberal democracies. We also consider and reject candour as a possible alternative solution to hypocrisy in public debate. We argue that requiring people to be candid is not necessarily a good solution because it will often require one to divulge what is private when there are good reasons not to do so. (shrink)

This article analyzes the treatment of natural philosophy in the work of Thomas Aquinas from the point of view of assimilation of the Aristotelian physical corpus. It focuses primarily on the Aquinas’s defense of the conception of the fallibility of the natural reason, the provisional and revisable character of all physical theories, the necessity of intercultural dialogue to discover the truths about nature, and Aquinas’s role in the development of the skeptical attitude in scientific research of the mobile’s world.

As one tries to grasp love and its images within José Leonilson's production, a multiplicity of aspects and meanings are seen that also relate to Louise Bourgeois's oeuvre in regard to the interest in human relations. Through a comparative approach to both artists' poetics, an understanding is created that love is not a simplistic action and all the words read in or applied to their visual discourse must be considered within a wide range of love in visual and literary images. (...) Keywords: literature and visual arts / love / creativity / Bourgeois, Louise / Leonilson, José / word and image. (shrink)

Research on the use of propranolol as a pharmacological memory dampening treatment for post-traumatic stress disorder is continuing and justifies a second look at the legal and ethical issues raised in the past. We summarize the general ethical and legal issues raised in the literature so far, and we select two for in-depth reconsideration. We address the concern that a traumatized witness may be less effective in a prosecution emerging from the traumatic event after memory dampening treatment. We analyze this (...) issue in relation to sexual assault, where the suggestion that corroborating evidence may remedy any memory defects is less likely to be helpful. We also consider the clinical ethical question about a physician's obligation to discuss potential legal consequences of memory dampening treatment. We conclude that this latter question reflects a general problem related to novel medical treatments where the broader socio-legal consequences may be poorly understood, and suggest that issues of this sort could usefully be addressed through the promulgation of practice guidelines. (shrink)

This article analyzes the evolution of aesthetic role of the nature in the Middle Ages from the point of view of the philosophical systems influence on the interpretation of the corporal as a legitim way to the knowledge of the truth. it studies the intimate approach of neo-platonism, the shaping of its premises in the rejection of physical beauty and the change that occured after the assimilation of Aristotelianism toward a naturalistic outsourcing of the intellectual and artistic interests.

Nesta comunicação pretende-se desenvolver a relação entre violência e política enquadrada no pensamento de Hannah Arendt e a partir de duas obras fundamentais, On Revolution (1963) e On Violence (1970). Investigando-se sobre o que constitui cada experiência em particular, a da violência (ainda que sob a forma da guerra ou da revolução) e a da política, esta relação permitirá equacionar criticamente as possibilidades e os limites das sociedades democráticas actuais como o resultado da tradição política e das revoluções da modernidade.